sexta-feira, 20 de maio de 2011

A ERA DOS INTOCÁVEIS

Estamos em pleno século XXI, mas muitas vezes nós, humanos, agimos como se em outros séculos estivéssemos. Há coisas que não devem mudar com o tempo, óbvio. Mas coisas que representam avanços no bem-estar e modo de vida saudáveis das pessoas, coisas que representam a evolução do conhecimento e da inteligência devem ser benvindas. 

Observando a vida, percebi que há muitas coisas hoje, que fazemos em nome da inteligência, aceitando normas ditadas pelas pessoas, que não fazem sentido.

Por exemplo, quem disse que relógio se deve usar no braço esquerdo? Ou quem disse que normas de etiqueta são sempre as mesmas em todos os lugares? Isso são coisas inventadas por alguém, um ser humano igual a mim e a você. Talvez eu seja muito crítico mesmo, porque não aceito qualquer norma. Como por exemplo, a de não falar em primeira pessoa nesse meu texto. Mas o texto é meu, sou autor dele, e tenho que falar nele como se uma máquina fosse, sempre em terceira pessoa. Isso tudo são normas de pessoas com mais ou até mesmo menos conhecimento do que nós mesmos. Ou podem ser normas criadas numa convenção de pessoas, estudiosos de alguma área do conhecimento.

O que quero dizer é que vivemos numa época em que há tanto formalismo em algumas coisas, que acaba-se perdendo o sentido das coisas. E antes de me criticar por falar "coisa", saiba que esse é um termo técnico da área jurídica. 

Um exemplo disso, é que hoje ninguém pode chamar alguém de negro, pois está praticando injúria, ora que absurdo! Isso não é automático, varia da intenção de cada um. A palavra negro consta do dicionário e tem um significado, diz respeito àqueles que tem a pele muito pigmentada, escura, pele negra. E ainda tem a versão popular "nego". 

Uma pessoa não pode ser presa simplesmente por pronunciar tal termo. Trata-se de uma palavra designativa de uma característica pessoal. Não se trata, a priori, de um insulto, pois como disse, varia da intenção do falante. 

Observem que não estou aqui dizendo que você deve sair por aí chamando as pessoas de "negro" com intenção de insultar, ou de zombar, mas quero dizer que uma pessoa pode pronunciar normalmente esse termo, de forma normal em seu dia-a-dia, sem ter medo de ser punido por isso, pois trata-se de mais uma palavra de nosso dicionário. Agora se for pra falar de forma pejorativa, não fale. 

Outra situação interessante que observo é quando falo que alguém é gordo ou aleijado ou doente mental. As pessoas quase me matam por isso. É engraçado. A finalidade de não se falar esses termos na frente dos indivíduos que os detém é para não lhes ferir. Mas, por exemplo, para fazer com que outra pessoa identifique alguém, isso pode ser falado.

As palavras gordo, aleijado, doente e mental constam do Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, constam dos dicionários, de modo que não há razão para seus usos serem proibidos. Se você não está na frente de uma pessoa gorda, mas precisa fazer alguém lembrar daquela pessoa, você pode dizer: "é aquele senhor, alto e gordo". Não há problemas nisso, ou poderá dizer: "ela age assim porque é doente mental" ou ainda "ele é aleijado". Porque essas palavras servem para isso, designar pessoas com essas características.

Apenas na frente delas, por uma questão de educação você deve dizer: "você, o senhor alto e forte que está aí, venha cá" ou "essa é Fulana, ela é uma pessoa especial" ou ainda "este é Beltrano, ele é portador de necessidades especiais locomotoras". 

Trata-se de conveniência, de eufemismos para amenizar o impacto da palavra. Mas para identificar tais pessoas na ausência delas não há problemas, ou até mesmo na frente delas, se você tem intimidade para isso, pois é simplesmente uma troca de "seis" por "meia-dúzia"!

Bom pessoal, é isso, só quis fazer essa rápida observação sobre essas situações. Seja esperto, seja inteligente, seja crítico, pense!

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