terça-feira, 25 de abril de 2017

JOÃO BATISTA E A MENSAGEM EVANGELÍSTICA DE HOJE

"Em verdade vos digo que, entre os que de mulher têm nascido, não apareceu alguém maior do que João o Batista; mas aquele que é o menor no reino dos céus é maior do que ele". Mateus 11.11a.

Este foi o testemunho de Jesus a respeito de João Batista, o homem que, conforme as Escrituras, havia sido separado por Deus para preparar o caminho para o Salvador Jesus.

Ora, a mensagem de João era evangelística, afinal, como definir mensagem mais evangelística do que aquela que foi transmitida pelo homem cujo propósito de vida era anunciar e preparar o caminho para o Messias? Obviamente, é de se considerar que a mensagem do próprio Cristo era superior à de João, mas a mensagem deste era, essencialmente evangelística.

Como um homem que chamava pessoas de "raça de víboras" pregava uma mensagem evangelística? Para muitos é inimaginável, e se fosse em nossos dias certamente João seria proibido de falar em grande parte das igrejas de nossos dias. Alguns diriam que João estaria doutrinando a igreja! Quanta ignorância. 

Isso se deve ao fato de que as pessoas hoje consideram, equivocadamente, em razão de grande desconhecimento, que pregação evangelística se limita a mensagens do tipo: "Venha para Jesus, Ele vai resolver, Ele vai fazer, Ele vai curar, vai abrir a porta, resolver o problema, te dar vida com abundância. Certamente Jesus faz tudo isso! Mas essa não é a palavra evangelística que devemos pregar.

A palavra evangelística que devemos pregar está relacionada ao anúncio das boas novas. Porém, as boas novas não tratam somente de palavras doces, de exaltação de ego, palavras de seda, mas consiste também em chamada ao arrependimento, com palavras, muitas vezes, duras para os ouvidos. João pregava assim, e Jesus pregou assim, e muitos que o seguiam e eram seus discípulos o abandonaram por isso (João 6). Mas o fizeram porque não eram verdadeiros.

É preciso entender que evangelho de seda vai gerar crentes de seda, que não suportarão provações. Quando a dificuldade chegar, quando a oposição se levantar, quando a perseguição começar, quando as falsas acusações tiverem lugar, essas pessoas não suportarão. Serão cristãos carnais que só contribuirão para o declínio da igreja. Um pouco de fermento...

João Batista, homem consagrado a Deus desde a madre, teve uma vida curta. Nasceu, cresceu, pregou e morreu. Foi morto por aqueles que não suportavam ouvir a verdade. Denunciando o pecado de reis e príncipes, sem intenção de agradar-lhes, mas sim e sobretudo a Deus, João falava a verdade, custasse o que custasse, até mesmo se lhe custasse, como de fato custou, sua própria vida. Este sim, é um exemplo a ser seguido.

Lamentavelmente, é raro homens como João hoje. Há sempre muita perseguição. E uma das causas pelas quais começa a se vedar mensagens duras é evitar a perda de membros. Mas, o homem de Deus que prega a palavra de Deus jamais hesitará entre agradar homens ou agradar a Deus, porque para ele importa agradar a Deus. E, certamente fazendo assim, pregando a verdade, Deus estará podando a árvore e novos ramos florescerão e Deus abençoará tal homem.

O que mais existe na Bíblia são palavras de chamamento ao arrependimento, mudança, conserto, conversão, palavras que exortam o povo de Deus, e se estas forem suprimidas será grande a perversão no meio do povo e na terra.

Limitar ou reduzir a mensagem de Deus, salvo as de bajulação, é errado. O único desejo e objetivo de muitas pessoas que favorecem esse tipo de conduta é poder encaminhar informações e relatórios aos superiores e dizer: Fiz isso e isso e isso. A denominação (seja qual for) cresceu, tem mais membros, aumentou nisso e nisso depois que cheguei lá. Mas, a que custo isso aconteceu? A custo de perseguir os profetas de Deus para calá-los e proibirem de falar a verdade? A custo de reunir, aceitar e engajar homens carnais (que mancham e destroem a obra de Deus) no ministério, e prejudicar a igreja? A custo de desprezar os piedosos e exaltar os ímpios? A custo de permitir mentiras e calúnias no intuito de emudecer aqueles dos quais se tem inveja? A que custo isso será feito?

Outra coisa lastimável que tem ocorrido são conversões forçadas. Apresentam Jesus como um negócio, um bem de estimação, numa insistência constrangedora. Não que não se possa insistir, mas tudo deve ser feito com a direção de Deus, porque quando Deus quer, Ele faz! Pessoas levantam a mão e vem empurradas à frente, sem nenhum sinal de quebrantamento, nenhum indício do toque do Espírito, muitas vezes completamente apáticas. Vem uma vez e desaparecem. Mas se diz que muita gente, dezenas se converteram ao longo do ano, mas onde estão? Foi verdadeira a conversão? Serve essa decisão forçada? Apenas para se gabar das conversões frequentes?! É inútil.

Precisamos de mais homens que se preocupem com os relatórios anotados nos livros de Deus (Apocalipse 20) do que nos relatórios que precisam encaminhar aos homens!

Pregar a verdade sempre terá lugar, seja onde for, em que dia for! É sabido que existem cultos em que se há finalidade específica: oração, doutrina, evangelístico, jovens, etc, mas isso não restringe o homem ou a mulher de Deus de pregar a palavra de Deus genuína. Cada mensagem deve se voltar ao que se propõe, mas não deve haver divisão entre dia de palavra dura e dia de palavra doce. Quem decide é o Espírito Santo! Mas aqueles que já não o possuem e não o sentem nem com Ele possuem relacionamento realmente não podem discernir mais a Sua voz!

É preciso entender o real propósito da organização dos cultos e não distorcer o verdadeiro sentido e propósito das normas, se voltando a um legalismo que chega a ser antibíblico. Faz parte da mensagem do Evangelho o chamado ao arrependimento e mudança de atitudes, palavras duras de início, mas capazes de mudar e tocar a alma humana legitimamente tocada pelo Espírito!

Lembro-me de Edwards, cujo sermão mais célebre fazia as pessoas gritarem, chorarem e se contorcerem. Hoje, talvez ele fosse banido de muitos lugares! Estaria desagradando os ouvidos cheios de comichão do povo e de muitos sacerdotes! 

Que tristeza, que Deus transforme esses lugares, para que sejam espaços onde homens de Deus sejam aceitos, honrados e possam pregar com liberdade a Palavra de Deus, pois já a perseguição é iniciada. Homens que preguem a mensagem pura de Deus, não mensagens usadas como armas para atingir, ferir e matar pessoas das quais não se gosta, ou com base em falatórios profanos e mentirosos para tentar massacrar gente inocente! Não! Que preguem a palavra pura, pois ela mesma se encarrega de falar a quem necessita. Homens que temam mais a Deus do que aos homens! E que sejam lugares onde homens ímpios, adúlteros, mentirosos, caluniadores, invejosos, gananciosos, malignos e demais tipos como os que se veem em nossos dias, jamais ocupem cargos de quaisquer natureza e tamanhos! Ah, como Deus pode fazer isso! 

Que Deus nos ajude e nos guarde!

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