Nota de repúdio: Mayara Petruso.

A advocacia é uma profissão nobre e muito antiga também, existente desde os tempos da Grécia antiga, tendo sido Demóstenes o primeiro advogado. O termo vem do latim "ad vocatus" e significa aquele que foi chamado para socorrer alguém perante a Justiça, pode ser entendido também como patrono, defensor, intercessor.

Apesar de ser uma profissão muito nobre, pois lida com a eventos, fatos que interferem diretamente na vida das pessoas ou com a própria vida delas, no que diz respeito a direitos fundamentais do homem como a liberdade, ultimamente a reputação desse digno ofício tem sido maculado por maus profissionais. São profissionais que desconhecem o sentido da palavra "ética", empatia, honestidade, profissionalismo, e em vez disso buscam a satisfação e enriquecimento pessoal a todo custo, sem preocupar-se com o bem-estar alheio.

O objetivo do advogado, na verdade, é ser um instrumento a favor da "justiça", em seu mais puro sentido, capaz de promover a harmonia, a justiça e a paz social.

Infelizmente, como exemplo de que os maus profissionais tem se alastrado e se multiplicado, nos deparamos com o recente caso da jovem estudante Mayara Petruso, que num momento de inconformismo e revolta não conseguiu distinguir o todo de apenas uma parte, confundindo a maioria de um povo, com a totalidade de um povo, erro crasso que não poderia jamais ser cometido por uma futura operadora do direito. Escreveu sua história entre os intolerantes e xenofóbicos, demonstrando assim incapacidade e impossibilidade de se tornar uma boa profissional, pelo menos na esfera jurídica. 

Talvez ela consiga ser uma ótima profissional, mas em outra profissão afinal, não podemos generalizar e taxar sua capacidade com base num único ato, devemos saber distinguir cada situação, ser compreensivos com a situação alheia, algo que ela mesma demonstrou ser incapaz de ser.

Lamentavelmente, ela será conhecida como a estudante de direito "xenofóbica" ao postar em seu twitter, após a vitória de Dilma, a seguinte frase: "Nordestino não é gente, faça um favor a Sp, mate um nordestino afogado!", além de outras no Facebook, com o seguinte teor: "AFUNDA BRASIL. Deem direito de voto pros nordestinos e afundem o país de quem trabalhava pra sustentar os vagabundos que fazem filho pra ganhar o bolsa 171."

Com estas frases Mayara deixou clara sua incapacidade de ser uma boa operadora do direito, sendo um verdadeiro exemplo de como não se deve ser, sobretudo se você é estudante de direito, cuja função será, enquanto causídico, defender e patrocinar as causas do mais diferentes tipos de pessoas, e em diversas situações, com vistas à promoção da justiça e da igualdade, e ainda que visivelmente culpado o acusado, terá direito a ampla defesa e contraditório. Assim, fica claro que uma pessoa xenofóbica, sem ética mesmo que ainda seja universitária, e sem a perfeita compreensão das coisas, jamais poderá ser uma boa advogada, porque de maus advogados o Brasil está cheio!

Não sabe Mayara que, por exemplo, em nossa cidade, para Presidente, Marina Silva ganhou, seguido por José Serra e acompanhada de longe por Dilma Roussef. E quanto ao bolsa família, no Nordeste talvez se concentre a maior parte do benefício, mas não implica dizer que nos demais estados não haja. Além disso, também critico e considero errado o fato de "alguns" se valerem do benefício de forma a se acomodar com sua situação de vida e não procurar melhorar de vida e tornar-se independente dele. Mas não é por isso que se deve sair por aí, incitando o ódio, a xenofobia e o crime de homicídio qualificado, ainda miais quando se trata de uma pessoa que se diz ser tão superior e refinada, habitante do sul do país, como e todos não fôssemos do mesmo país de 3º MUNDO que é o Brasil.

A atitude dela, faz-nos refletir ainda sobre a mentalidade e visão dos sulistas em relação ao povo nordestino. Pensam que todos nós, nordestinos, pessoas que vivem na parte superior do Brasil (no mapa), somos pobres coitados que moramos em casas de barro e terras secas e áridas carregando latas de água na cabeça. Não é assim, a questão é que a mídia só mostra a parte decadente de nosso território. Quando fazem reportagens, mostram a pobreza, não mostram a riqueza, fazem entrevistas nas feiras, onde nem eu que não sou rico frequento, nunca vi uma reportagem num shopping, num cube, num hotel, ou em algum outro lugar que não destaque a pobreza da região ou do estado; e pobreza todo estado tem. Mas insistem em refletir na mídia, principalmente na televisionada, somente a miséria das cidades ou sítios isolados do interior, onde há fome e seca.

Tudo isso nos faz entender, que devemos evoluir, deixar as diferenças de lado, e passar a visualizar o Brasil com outros olhos, só assim conseguiremos realmente crescer como povo, como nação, como Estado (país).